Cena

Di Cavalcanti

Pintura em tons quentes. Sentada em uma cadeira, uma mulher está debruçada sobre a mesa à frente. Sob seus braços, um tecido vermelho. Ao lado dela, uma cadeira.

Sem título (figura sentada apoiada na mesa), sem data
Óleo sobre papelão

Nessa obra podemos ver uma mulher sentada, apoiando relaxadamente os braços e a cabeça sobre uma mesa de madeira, de onde um tecido vermelho parece estar caindo. Há, ainda, uma cadeira vazia situada no primeiro plano, próximo à margem inferior central da tela. O ambiente é pouco iluminado e a figura recebe um foco de luz que incide apenas sobre o lado direito de seu corpo.

Quem poderia ser essa mulher? O que poderia estar fazendo? Como parece estar se sentido?

Essa cena foi pintada por um artista brasileiro chamado Di Cavalcanti. Di costumava trabalhar em suas obras temas e motivos ligados ao universo cultural brasileiro, explorando assuntos populares como: mulatas, passistas de escolas de samba, bailes de gafieira além de cenas do cotidiano das pessoas. Ele participou ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922, evento que reuniu, na capital paulistana, artistas de várias linguagens que buscavam uma maneira mais livre de se expressar, além de uma identidade pautada em valores nacionais.

Ao contrário do engraxate de Berthe Worms, a mulher pintada por Di Cavalcanti não possui detalhes que nos apontem para uma realidade específica ou nos remetam a alguma narrativa. O artista escolheu retratá-la em um momento qualquer do seu cotidiano, numa cena comum de sua vida diária...

Mesmo tendo sido pintadas de formas tão diferentes, há alguma coisa em comum entre a figura retratada nesse quadro e a obra “Saudades de Nápoles”? Imagine se você fosse um desses personagens... Em que estaria pensando? E o que estaria sentindo?